terça-feira, 30 de junho de 2009

NOVIDADES

  • Danos ao DNA causados pelo sol

Observado pela primeira vez moléculas de DNA sendo danificadas pela luz ultravioleta.
Não é novidade que exposição em excesso aos raios do sol faz mal. No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer, o câncer mais freqüente é o de pele, que corresponde a cerca de 25% de todos os tumores diagnosticados no país. Mas ninguém havia visto ainda os danos provocados pela luz ultravioleta não à epiderme, mas à própria molécula que carrega as instruções genéticas da vida.
Um grupo de pesquisadores da Alemanha e dos Estados Unidos conseguiu observar em tempo real prejuízos promovidos pela luz ultravioleta em cadeias de DNA. Pior: eles verificaram que a reação química ocorre em enorme velocidade, de menos de um picossegundo (trilionésimo de segundo).
Cientistas estudam os danos provocados pelos raios UV para tentar compreender o papel desses em queimaduras solares e em doenças como câncer de pele. O novo trabalho, publicado na edição atual da revista Science, indica que os danos dependem em grande parte da posição do DNA no momento em que os raios ultravioleta atingem a molécula.
Segundo Bern Kohler, da Universidade do Estado de Ohio e um dos autores do estudo, a luz ultravioleta estimula a molécula de DNA pela adição de energia. O estado energizado freqüentemente decai de forma inofensiva à molécula, mas em alguns casos ele dispara uma reação que altera a estrutura dessa.
Cientistas acreditavam que, quanto mais uma molécula de DNA fosse excitada por energia ultravioleta, maiores as chances de que sofresse algum dano. Ou seja, estados mais prolongados de estimulação seriam mais perigosos. Mas o novo estudo mostra que o tipo mais comum de dano é causado justamente pela estimulação breve.
“A velocidade dessa reação tem conseqüências importantes para entender como o DNA é danificado pela luz ultravioleta. Em nosso estudo, não vimos qualquer evidência de que estados energéticos prolongados fossem responsáveis pelos danos, mas sim as excitações mais curtas”, disse Kohler em comunicado da Universidade do Estado de Ohio.
Os danos identificados consistiram de duas pequenas ligações moleculares formadas onde não deveriam: entre duas bases de timina. A timina é uma base nitrogenada que se emparelha com a adenina na molécula de DNA.
O DNA emprega reações químicas específicas para se curar, mas, quando os danos são demasiados, ele passa a não mais se replicar corretamente. Células danificadas de forma grave simplesmente morrem. Os cientistas apontam que os danos crônicos criariam mutações que levariam a doenças como o melanoma.
O DNA se move constante e rapidamente, em uma flexibilidade que torna possível as reações químicas normais que ocorrem em uma célula. O problema, segundo o estudo agora divulgado, é que a velocidade dos raios ultravioleta em provocar danos é muito maior do que a das adaptações do DNA.
Agência FAPESP

  • Identificado gene que aumenta risco de diabetes

Uma equipe internacional de pesquisadores descobriu uma das causas genéticas do diabetes nos adultos, segundo um trabalho publicado pela revista científica Nature. Os pesquisadores identificaram cinco variantes genéticas vinculadas a esse tipo de diabetes, que está relacionada tanto com a herança genética como a outros fatores, como má alimentação, obesidade e tabaco.As cinco variantes juntas contribuem aproximadamente com 70% do risco genético do diabetes do tipo 2 nos adultos. Esta descoberta é importante porque pode facilitar o desenvolvimento de um teste clínico destinado a identificar as pessoas com predisposição a desenvolver a doença, segundo cientistas.Estas pessoas poderiam modificar seu estilo de vida, praticando mais exercícios físicos e alterando a dieta. "As duas causas fundamentais do diabetes do tipo 2 são a obesidade e a herança familiar", afirmou Philippe Froguel, do Imperial College de Londres, um dos cientistas responsáveis pelo estudo. O relatório publicado na Nature indica pelo menos uma causa potencial da doença: um dos cinco genes é encarregado de transportar o zinco no corpo humano, mas também participa da secreção da insulina, hormônio que desempenha um papel importante no metabolismo do açúcar. Os cientistas acham que o fato de saber que a mutação genética ocorre exatamente nesse mecanismo transportador de zinco e regulador da secreção da insulina pode ajudar a desenvolver tratamentos mais eficazes contra este tipo de diabetes. O diabetes do tipo 2 está muito mais estendida que a do tipo 1, que costuma afetar o indivíduo na infância e representa apenas entre 5% e 15% dos casos. O diabetes do tipo 2, desencadeada por uma insuficiência da produção de insulina, começa geralmente após os 40 anos e representa entre 85% e 95% dos casos.

Fonte: EFE